Hoje, dia 28 de março, relembramos o dia do estudante combativo, data homenageada em memória de Edson Luís, estudante de colégio público.
O jovem de 17 anos, natural de Belém do Pará, foi covardemente alvejado em 1968, no Rio de Janeiro, durante a Ditadura Militar, em um protesto de estudantes contra o alto preço e má qualidade das refeições no restaurante estudantil Calabouço, local que recebeu esse nome de herança onde escravizados eram torturados durante o período colonial, e que servia de alimentação para os estudantes mais pobres, assim como Edson, que estudava no Instituto Cooperativa de Ensino, e fazia bicos de faxina, mas não tinha onde morar e dormia no restaurante. Para o menino, defender o Calabouço era como defender a própria casa.
O mesmo se tornou um dos mártires do período e sua morte impulsionou o episódio da manifestação conhecida como “A passeata dos 100 mil”!
Que a verdadeira data do Dia do Estudante seja 28 de março, não 11 de agosto, data da qual marca a criação das universidades pela família real de Portugal, que em 1808 fugiram das Guerras Napoleônicas na Europa e fizeram do Brasil seu parque de diversões, e que após 300 anos de genocídio indígena e escravidão de afrodescendentes preparou mais 200 anos de exploração, que se mantém nos dias atuais.
Desde sempre criaram as regras do jogo, sucateando a educação e transformando as universidades e colégios em espaços violentos, que assim como as ruas nos massacram se não estivermos sempre atentos, ou das quais apenas formam bolhas de estudantes e profissionais universitários que serão futuros pequenos burgueses acomodados em servir como massa de manobra, sustentando o império dos milionários descendentes dessas famílias donas dos meios de produção como a terra, com um discurso afiado nas teorias de padrões elitistas da academia, mas zero de prática real no caminho da transformação social e reivindicações de nossas pautas imediatas como: revogação do novo ensino médio, fim da militarização das escolas, fim da defasagem salarial dos professores, passe livre estudantil e mais investimento em estruturas de ensino, pesquisa e extensão nos espaços de ensino para toda sociedade, e a educação como bem comum da população.
Por isso gritamos, Edson Luís PRESENTE!
Todas vítimas do sistema PRESENTES!
E que a luta seja construída de baixo para cima, da periferia até o centro, no chão de cada colégio, universidade, local de trabalho e moradia pelo povo para o povo!
[…] Os estudantes, como Ísis Dias, foram uma grande força na resistência armada na ditadura. Mobilizando frentes próprias nos locais de estudo para enfrentar os militares. Sua ousadia vingou mortes como a de Edson Luiz, secundarista assassinado em 28 de março de 1968 no Rio de Janeiro. Atualmente, a RECC ( Rede Estudantil Classista e Combativa ), federada à FOB, mantêm viva a memór… […]