A RECC foi fundada em 2009, fruto da então conjuntura do movimento estudantil e da necessidade de organização de um campo independente e combativo enquanto alternativa ao movimento estudantil social-democrata e de conciliação de classes que então dominava o movimento estudantil.
A fundação ocorreu no final do segundo governo Lula (PT), com a certeza de que o governo dito de esquerda não era capaz de trazer soluções para a classe trabalhadora. Nesse período a RECC surge como oposição de esquerda à hegemonia governista e reformista da UNE.
Pouco depois, uma guinada governista rachou a Conlutas, de modo que uma tendência classista e internacionalista se agrupasse em torno de um programa de independência de classe e sindicalista revolucionário ao redor do que hoje é a FOB, cuja fundação foi impulsionada pela RECC em 2010.
Hoje, 15 anos após sua fundação, entre indas e vindas, a RECC continua e avança sua organização e luta, tendo organizações em diversos estados do Brasil. Desde então, a conjuntura brasileira mudou. Passamos por um levante popular em 2013; um movimento de ocupações de escolas e universidades em massa entre 2015 e 2016; em 2016 um golpe de Estado deu início a um governo de direita, seguido de um governo de extrema direita, administrando uma pandemia mortal, iniciada em 2020 e que findou a vida de mais de 700 mil brasileiros.
Atualmente, vivemos um terceiro governo de Lula (PT), não de conciliação, mas de maior sujeição ainda à dominação burguesa sobre a classe trabalhadora, inclusive com diversos ataques à educação. Essa conjuntura reafirma as motivações que fundaram a RECC e nos faz compreender ainda mais sua necessidade para o movimento estudantil, ainda mergulhado em uma influência hegemônica da social-democracia e de seu programa de sujeição aos governos social-democratas, sem organizar pela base os estudantes para a ação direta contra a precarização e elitização da educação, o que historicamente acumula derrotas e prejudica nossas vidas cotidianas.