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Derrotar o imobilismo e a precarização com ação direta! Comunicado Nacional da RECC sobre a luta contra o último corte

Comunicado Nacional da RECC – 12 de dezembro de 2022.

No dia 28 de novembro, o Governo Federal bloqueou R$1,68 bilhão do MEC e mais R$224 milhões das universidades federais. O resultado foi o bloqueio do pagamento de bolsas de 200 mil estudantes, fechamento de restaurantes universitários, diminuição salarial e demissão de funcionários terceirizados e a falta de verba para pagar contas básicas dos institutos e universidades.

O movimento estudantil hegemônico e social-democrata, representado pela UNE (União Nacional dos Estudantes), adotou uma posição recuada diante do novo ataque à educação. A futura mudança do governo federal foi um dos motivos citados pela entidade para a sua desmobilização da luta. Inicialmente promoveram abaixo-assinado e tuitaço para ‘pressionar’ o governo e fizeram o envio de ações judiciais. A mudança de estratégia da entidade para a convocação de manifestações e paralisações aconteceu somente após os próprios estudantes adotarem essas táticas.

Por sua vez, a resposta de estudantes independentes ao redor do país deu exemplo e mostrou o caminho da luta contra a precarização da educação. A paralisação e ocupação espontânea em diversas universidades marca um contraste nítido em relação às táticas recuadas de abaixo-assinado, tuitaço e ações judiciais, ou mesmo as manifestações feitas pela entidade, que meramente vão de ponto A ao ponto B, sem exercer a pressão necessária para conquistar vitórias.

Ocupação da UFFS

Os estudantes de maneira independente ocuparam a UFFS, UFPR, UEM, USP, UFPEL e Unipampa e paralisaram diversas outras universidades, incluindo a construção de várias barricadas na UFSC. A combatividade da luta independente dos estudantes, através das táticas de ação direta rapidamente conquistou a reversão do bloqueio aplicado pelo governo federal. A vitória fez ainda com que o movimento estudantil hegemônico e socialdemocrata procurasse cancelar outras manifestações, o que foi barrado pelos estudantes em algumas cidades.

Esse ataque à educação aconteceu no último mês do governo Bolsonaro, mas não podemos baixar a guarda ou acreditar que uma simples mudança do governo federal vá solucionar nossos problemas. A precarização faz parte do projeto de sucateamento para a privatização da educação pública, atendendo os interesses dos empresários da educação e do mercado financeiro.

A reversão do corte e o início de desbloqueio da verba não significa que a luta deva ser encerrada. O aumento da quantidade de bolsas, o reajuste de seus valores e as reivindicações específicas dos institutos e universidades, cada uma sofrendo um cenário próprio de precarização, só serão conquistadas com muita luta e organização, sempre de maneira independente e combativa!

Viva a luta estudantil independente e combativa!

Avante juventude! A luta é o que muda! O resto só ilude!