RECC

RJ: Estudantes promovem cine debate e levantam barricadas em piquete em defesa da permanência estudantil na UFRRJ

Cine debate na Rural de Seropédica

Segunda, dia 6/11, a RECC e o Erva Doce realizaram um cine debate no gramado do alojamento da Rural de Seropédica. Foi apresentado o documentário que conta a história do Edson Luís – “Calabouço, Um Tiro no Coração do Brasil” -, depois foi feito um debate com os participantes sobre o filme e sobre a história de luta do movimento estudantil, e o resgate das ocupação do hotel da Rural que depois virou alojamento feminino.

Só a Luta Muda a Vida!

Piquete e barricadas contra o regimento excludente

No apagar das luzes, estudantes independentes da Rural fizeram alguns piquetes a favor da paralisação do dia 7/11 e contra o regimento interno, que ataca os moradores do alojamento. O regimento interno queria impor de forma unilateral – ou seja, sem diálogo com os alojados – uma série de normas para prejudicar a vida dos alojados. Entre essas normas, queriam proibir a permanência de crianças abaixo dos 13 anos de estarem no alojamento, proibir a entrada de visitas, fazer ronda nos quartos, retirar os eletrodomésticos dos quartos, entre outras coisas. Em resposta, os estudantes se uniram para combater essa reitoria elitista que não busca dialogar ou fortalecer a vida dxs estudante pobre, preto e indígena, mãe e trabalhadxr!

A votação estava marcada para o dia 9/11 mas, depois da mobilização estudantil, a reitoria voltou atrás e desistiu por não votar o regimento nesse dia. Ou seja, ainda precisamos ficar atentos e vigilantes para impedir esse regimento!

Ousar Lutar, Ousar Vencer!
Ir ao Combate Sem Temer!

Nota de esclarecimento sobre o piquete

Nota de esclarecimento sobre o piquete:

Primeiramente, gostaríamos de dizer que é totalmente mentira as acusações de vandalismo, violência para com os professores e estudantes, de pessoas presas em banheiros e de pessoas expulsa do prédio a forca. Todas essas afirmações são mentirosas e s6 foram propagadas dessa formar para criminalizar e difamar os militantes e a organização. Em respeito as acusações de irresponsabilidade, reconhecemos nessa nota parte de nossa irresponsabilidade em não comunicar com clareza o que estávamos fazendo quando entramos. Porém, gostaríamos de reforçar para os professores que disseram que estavam aplicando prova as 22h da noite, que eles também são irresponsáveis, em razão de que estavam prendendo os estudantes menores de idade em uma sala de aula até o horário de trancamento do prédio em virtude de uma prova. E de conhecimento geral que o campus Seropédica não tem iluminação, não tem segurança, não passa transporte publico e que vários casos de estupro já a ocorreram no campus. Esperamos também o reconhecimento da instituição por parte dessa irresponsabilidade!

Na noite do dia 06/11/2023 nós da RECC, junto com os demais estudantes insurretos da UFRRJ, fizemos um dia de mobilizado para aderir a paralisação do dia 07/11/2023, que tem como pauta principal a luta contra o regimento interno da UFRR] que ameaça a permanência dos estudantes, em especial as mães alojadas.

Após passarmos o documentário sobre a vida de Edson Luiz “Calabouço, Um Tiro no Coração do Brasil” os estudantes romperam com o imobilismo, e resolvemos coletivamente realizar um piquete em um dos prédios da Rural Seropédica para mostrar a seriedade e urgência das nossas pautas. Optamos por realizar a ação por volta das 22h, em razão de que os prédios costumam fechar nesse horário e somente os porteiros estariam presentes para fechar o prédio (obs: no vídeo do post mostra o porteiro saindo do prédio e trancando a porta com a luzes apagadas comprovando a veracidade do que estamos dizendo). Nossa intenção era trancar o prédio com um piquete na porta na hora do fechamento.

Ao adentrar no prédio, nos deparamos com uma turma de pré-vestibular que realizava um intensivo para o ENEM no prédio em questão. Os estudantes secundaristas estavam no corredor e na porta prontos para sair do prédio e se assustaram com a nossa mobilização de pegar as cadeiras e colocar no lado da porta e por estarmos usando mascaras de COVID, bandanas e bonés. Importante destacar que nos, enquanto estudantes periféricos, ocultamos nossa identidade já que o Brasil é um dos países que mais mata ativistas, principalmente em áreas controladas pela Milícia (como no caso de Seropédica) e também por sermos todos trabalhadores, e já esperávamos os possíveis ataques realizados pela esquerda institucional e pela direita, ataques esses que vão desde difamação e calúnia a criminalização e entrega para repressão. Outro ponto importante é que ja tivemos casos de militantes mortos e/ou torturados pelas forcas de repressão do Estado, por isso adotamos métodos de segurança.

Continuando a narração dos fatos, entre os alunos tinha uma companheira TEA (transtorno do espectro autista) que, ao se assustar com a nossa vestimenta, teve uma crise de ansiedade. Quando vista a situação de desespero da companheira, prontamente um dos nossos companheiros, que possui experiência para lidar com a situação, a acompanhou e garantiu que ela estivesse estável, fazendo de tudo o possível para ajuda-la. Destacamos para quem fez as acusações, que usar os sentimentos da companheira e a expor para atacar a mobilização estudantil é extremamente cínico e capacitista. Tudo o que nós fazemos é para melhorar as nossas condições como estudantes e tornar o espaço universitário um lugar cada vez mais inclusivo. Não somos terroristas! Não somos vândalos! E não somos criminosos! Somos estudantes organizados e dedicados com a causa do povo, nossa preocupação é, e sempre será, o nosso bem-estar como classe trabalhadora. Depois do ocorrido, explicamos a situação aos presentes e esperamos todos se retirarem para darmos inicio ao piquete.

Sobre a onda de ataques contra nós por parte da esquerda institucional e da direita que ocorreu hoje (2 dias após o caso) não nos surpreendemos. E uma táctica comum de difamação e calunia junto com a tentativa de criminalização dos militantes e da ação, que já ocorreu com nós em outros momentos. Por fim, gostaríamos de pedir desculpa para os estudantes secundaristas que se assustaram com a nossa ação, em especial para a companheira TEA que teve uma crise de ansiedade por nossa causa. Gostaríamos de reforçar que varies companheiros da RECC vieram do movimento estudantil secundaristas e que alguns deles estiveram presentes nas ocupações de 2016. A RECC historicamente tem o compromisso com a causa dos secundaristas, tirando de exemplo: a defesa por amplas ofertas de vaga na universidade publica sem provas meritocráticas e elitista como método de ingresso (ou seja, o fim do Enem) e pela revogação do “Novo” Ensino Médio.

Seguiremos na luta, firmes e fortes, porque temos em nossa consciência o real motivo de nossas atitudes e ações!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *